Por Benoit Van Overstraeten e Elizabeth Pineau
PARIS (Reuters) - A avó do adolescente morto a tiros pela polícia durante uma parada de trânsito em um subúrbio de Paris disse neste domingo que deseja que os protestos nacionais desencadeados pelo assassinato de seu neto terminem, após a quinta noite consecutiva de distúrbios.
Ela disse que os manifestantes estão usando a morte de Nahel, de 17 anos, na última terça-feira, como desculpa para causar confusão e que a família gostaria de calma.
"Estou dizendo a eles [os manifestantes] para pararem", disse a avó, identificada como Nadia pela mídia francesa, à emissora BFM TV.
"Nahel está morto. Minha filha está perdida... ela não tem mais vida."
Questionada sobre uma campanha de financiamento coletivo que recebeu promessas de mais de 670.000 euros em prol do policial acusado de homicídio voluntário durante a troca de tiros, Nadia disse: "Meu coração dói".
Os últimos protestos, após o funeral de Nahel no sábado, no subúrbio parisiense de Nanterre, foram menos intensos do que na noite anterior, disse o governo. O ministro do Interior, Gerald Darmanin, disse que 45.000 policiais seriam novamente mobilizados na noite de domingo.
Desde que Nahel foi baleado, os manifestantes incendiaram carros e saquearam lojas, mas também visaram instituições do Estado - prefeituras e delegacias de polícia. A casa do prefeito de L'Hay-les-Roses, perto de Paris, foi atacada enquanto sua esposa e filhos dormiam lá dentro.
O presidente Emmanuel Macron adiou uma visita de Estado à Alemanha que deveria ter começado neste domingo para lidar com a pior crise em seu mandato desde que os protestos dos "coletes amarelos" paralisaram grande parte da França no final de 2018.