Por Serajul Quadir
DACA (Reuters) - Um tribunal de Bangladesh autorizou a polícia nesta quinta-feira a deter dois homens ligados a um ataque assumido pelo grupo militante Estado Islâmico em um café na capital, Daca, no qual 20 reféns, a maioria estrangeiros, foram mortos.
O caso atraiu críticas de grupos de direitos humanos, que dizem que os suspeitos foram detidos ilegalmente e que não tiveram acesso a um advogado. O advogado de um dos dois homens, Hasnat Karim, afirmou que seu cliente é inocente e exigiu que ele fosse libertado de imediato.
Karim, que é cidadão de Bangladesh e do Reino Unido, e Tahmid Hasib Khan, que estuda na Universidade de Toronto, no Canadá, jantavam separadamente com familiares e amigos quando atiradores invadiram o café Holey Artisan na noite de 1º de julho.
Os supostos militantes islâmicos visaram estrangeiros e pessoas que não eram muçulmanas, matando italianos, japoneses, um norte-americano e um indiano antes que forças de segurança chegassem ao local para encerrar a ação. Dois policiais também morreram na operação.
Nesta quinta-feira, uma corte de Daca determinou que ambos permanecessem sob custódia por oito dias para serem interrogados, e o policial Masudur Rahman disse aos repórteres que eles foram presos na quarta-feira à noite "em dois lugares diferentes".
A afirmação da polícia sobre as prisões em locais diferentes pareceu ir ao encontro às declarações de parentes, segundo os quais os dois homens foram presos em localidades desconhecidas após o ataque.
"As autoridades finalmente admitiram que o senhor Karim está sob sua custódia", disse seu advogado, Rodney Dixon, que trabalha em Londres, à Reuters em um comunicado.