Por Trevor Hunnicutt e Steve Holland e Joseph Ax
WILMINGTON, Del./WASHINGTON (Reuters) - O democrata Joe Biden se aproximava de alcançar a Casa Branca nesta sexta-feira, ampliando sua estreita vantagem sobre o presidente Donald Trump nos Estados-chave da Pensilvânia e da Geórgia, mesmo enquanto os republicanos buscavam levantar 60 milhões de dólares para financiar ações judiciais que contestam os resultados.
Trump manteve o tom desafiador, prometendo manter as alegações de fraude, sem apresentar fundamentos, enquanto um país cansado e ansioso esperava por uma maior clareza em relação a uma eleição que apenas intensificou a profunda polarização do país.
No quarto dia de contagem de votos, o ex-vice-presidente Biden tinha uma vantagem de 253 a 214 votos no Colégio Eleitoral, que determina o vencedor, de acordo com a Edison Research.
Garantir os 20 votos no Colégio Eleitoral da Pensilvânia colocaria Biden acima dos 270 que ele necessita para ganhar a Presidência após uma carreira política que remonta a quase cinco décadas.
Biden também venceria o pleito se ganhar em dois dos três outros Estados-chave onde estava ligeiramente à frente nesta sexta-feira: Geórgia, Arizona e Nevada. Como na Pensilvânia, os três ainda estavam contabilizando cédulas nesta sexta-feira.
À medida que a liderança de Biden crescia na Pensilvânia, centenas de democratas se reuniram em frente a um local de contagem de votos no centro da Filadélfia portando camisetas amarelas com os dizeres "Conte todos os votos". Em Detroit, uma multidão de apoiadores de Trump, alguns armados, protestaram do lado de fora de um local de contagem, agitando bandeiras e gritando: "Lute!"
Biden planejava fazer um discurso no horário nobre desta sexta-feira, de acordo com duas pessoas a par de sua programação de campanha. Sua campanha previa que poderia ser um discurso de vitória se as redes de televisão apontassem a disputa eleitoral como resolvida para ele nas próximas horas.
Enquanto isso, Trump não deu nenhum sinal de que estaria pronto para ceder, à medida que sua campanha mantinha uma série de ações judiciais que, segundo especialistas jurídicos, provavelmente não alterariam o resultado da eleição.
"Desde o início dissemos que todas as cédulas legais devem ser contadas e todas as cédulas ilegais não devem ser contadas, ainda que tenhamos encontrado resistência a este princípio básico por parte dos democratas em cada turno", disse Trump em um comunicado divulgado por sua campanha.
"Seguiremos esse processo em todos os aspectos da lei para garantir que o povo norte-americano tenha confiança em nosso governo", disse Trump.
Na véspera, Trump fez um ataque ao processo democrático norte-americano, fazendo uma aparição na Casa Branca para alegar falsamente que a eleição estava sendo "roubada".
Autoridades eleitorais de toda a nação disseram não estar cientes de qualquer irregularidade significativa. O secretário de Estado da Geórgia disse nesta sexta-feira que antevê uma recontagem de votos devido à vantagem pequena que Biden tem sobre Trump.
Na quinta-feira, Biden expressou confiança em uma vitória e pediu paciência durante a contagem de votos. Em reação à ideia de que Trump pode não reconhecer a derrota, o porta-voz do democrata, Andrew Bates, disse em um comunicado emitido nesta sexta-feira: "O governo dos Estados Unidos é perfeitamente capaz de escoltar intrusos para fora da Casa Branca".
(Reportagem adicional de Jarrett Renshaw na Filadélfia; Michael Martina em Detroit; e John Whitesides, Steve Holland, Simon Lewis e Daphne Psaledakis em Washington)