Por Simon Lewis e Joseph Ax
WILMINGTON, Delaware (Reuters) - O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que é o "momento certo" na história dos EUA para seu indicado a secretário de Defesa, o general reformado do Exército Lloyd Austin, apesar de algumas preocupações com o fato de o indicado para o cargo civil ter apenas recentemente aposentado o uniforme militar.
A escolha de Austin, que se confirmado será o primeiro secretário de Defesa negro dos EUA, exige que ambas as Casas do Congresso renunciem a uma lei que determina que para comandar o Pentágono um militar de alto escalão precisa estar fora das Forças Armadas há pelo menos sete anos. Austin, de 67 anos, entrou para a reserva em 2016.
Ao anunciar sua escolha em Wilmington, no Delaware, Biden chamou Austin de "a pessoa certa para este trabalho no momento certo".
"Eu não estaria pedindo essa exceção se não acreditasse que este momento da nossa história não exigisse isso --exige isso-- e se eu não tivesse a confiança que tenho em Lloyd Austin", disse o democrata.
Biden prometeu nomear um gabinete que reflita a diversidade dos EUA, e entre seus indicados até agora estão vários pioneiros, incluindo Janet Yellen, que será a primeira mulher secretária do Tesouro do país, e Alejandro Mayorkas, que será o primeiro imigrante a dirigir o Departamento de Segurança Interna.
Pelo menos dois senadores democratas dizem que vão se opor a conceder a Austin uma exceção, que foi emitida pela última vez para o primeiro secretário de Defesa do presidente Donald Trump, o general reformado do Corpo de Fuzileiros Navais Jim Mattis.
O presidente democrata do Comitê de Serviços Armados da Câmara dos Deputados, Adam Smith, afirmou que embora tivesse preocupações sobre a emissão de outra exceção, ele não rejeitou a escolha de Biden.
Austin construiu uma reputação de homem intensamente reservado que evitou os holofotes durante uma carreira militar de quatro décadas, incluindo uma passagem como chefe do Comando Central, que supervisiona as tropas norte-americanas em todo o Oriente Médio.
Biden, que assumirá o cargo em 20 de janeiro, indicará o ex-governador de Iowa Tom Vilsack como secretário da Agricultura, de acordo com duas fontes familiarizadas com a decisão. Vilsack desempenhou a mesma função durante o governo Obama.
Ele também planeja nomear Marcia Fudge, uma congressista negra de Ohio, como sua secretária de Habitação e Desenvolvimento Urbano, segundo reportagens na mídia.
Biden provavelmente passará grande parte de seus primeiros meses focado na pandemia de coronavírus e na economia em crise.
Nesta quarta-feira, o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, se reuniu com quatro membros da equipe econômica de Biden, incluindo Yellen, e disse que quer ver o compromisso deles para combater os efeitos da Covid-19.
"Precisamos de um programa grande e ousado para estimular a economia, ajudar as pessoas a saírem das condições em que se encontram, mas manter a economia funcionando por um longo período de tempo, e estou comprometido em trabalhar com vocês", afirmou Schumer, segundo uma transcrição.