Por Chris Kahn e James Oliphant
NOVA YORK (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está perdendo apoio de eleitores independentes, um bloco crucial que ajudou os democratas a conquistarem a Casa Branca e o Congresso no ano passado, no momento em que um novo aumento de casos de Covid-19 atrasa a volta do país ao normal, mostrou uma pesquisa Reuters/Ipsos.
A queda de apoio chega em um momento precário para o presidente, que cumpre o primeiro ano do mandato e cujo governo está sendo criticado pela retirada de suas forças do Afeganistão.
Na quinta-feira, mais de uma dezena de tropas norte-americanas e dezenas de civis foram mortos quando homens-bomba se explodiram diante dos portões lotados do aeroporto de Cabul.
Em casa, a pandemia de Covid-19 ressurge, especialmente em Estados populosos liderados por republicanos, como Flórida e Texas, que resistem a novas restrições para conter a variante Delta do vírus. Apesar do ímpeto de vacinação de Biden, 39% dos habitantes do país ainda não receberam nem a primeira dose, de acordo com dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC).
A pesquisa de opinião nacional, realizada entre 13 e 19 de agosto, revelou que a aprovação de Biden entre os independentes caiu 14 pontos percentuais em geral desde junho. Sobre a maneira que ele lida com a pandemia, a queda foi de 19 pontos percentuais. Ainda assim, uma maioria pequena de 53% dos independentes disse que aprova a reação pandêmica de Biden.
Este grupo de eleitores está se distanciando do presidente, embora a maioria compartilhe suas preocupações com o coronavírus e se filie continuamente aos democratas no apoio a mais medidas preventivas.
A sondagem de agosto mostrou que 66% dos independentes endossam a exigência de máscaras em restaurantes, academias de ginástica e aviões, enquanto 25% se opõem a elas. Cinquenta e cinco por cento dizem que vacinas deveriam ser exigidas das pessoas que querem voltar a trabalhar em escritórios, enquanto 37% disseram que não deveriam.
Quando indagados sobre quem deveria ser culpado pela ressurgência da Covid-19, 47% dos independentes disseram pessoas não-vacinadas, e 12% culparam Biden.
É mais provável que o declínio da popularidade de Biden seja um sinal da exaustão com a pandemia do que do apoio das pessoas às suas ideias, opinou Robert Blendon, especialista em políticas públicas e opinião pública da Escola de Saúde Pública de Harvard.
Josh Schwerin, um estrategista democrata, disse que Biden e seu partido precisam continuar a demonstrar o contraste de sua abordagem com a de republicanos como o governador da Flórida, Ron DeSantis, que repudia exigências de máscaras e vacinas.