Por Steve Holland e Andrea Shalal
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aumentou a pressão sobre o presidente russo, Vladimir Putin, nesta sexta-feira, para agir contra grupos de ransomware que operam na Rússia, alertando que os EUA estão preparados para responder se os ataques cibernéticos não forem interrompidos.
Os dois líderes falaram por ligação telefônica pela primeira vez desde que discutiram os ataques de ransomware em uma cúpula em Genebra em 16 de junho. A mensagem de Biden para Putin na ligação foi direta, sugerindo uma crescente impaciência com os ataques que têm afetado setores importantes dos EUA.
"Deixei bem claro para ele que os Estados Unidos esperam que, quando uma operação de ransomware estiver vindo de seu solo, mesmo que não seja patrocinada pelo Estado, esperamos que eles ajam se dermos a eles informações suficientes para agir sobre quem é", disse Biden a repórteres.
O presidente norte-americano afirmou que os dois governos agora estabeleceram um meio de comunicação de forma regular "quando cada um de nós pensa que algo está acontecendo em outro país que afeta o país de origem".
"E foi tudo bem. Estou otimista", disse ele.
Os Estados Unidos não indicaram como planejam responder aos ataques vindos da Rússia. Biden, questionado se haveria consequências para a inação russa, disse: "Sim".
"Não vamos telegrafar o que essas ações serão precisamente - algumas delas serão claras e visíveis, outras podem não ser", declarou uma autoridade de alto escalão do governo Biden a repórteres.
Ransomware é um tipo de malware projetado para bloquear sistemas criptografando dados e exigindo pagamento para recuperar o acesso. Os cibercriminosos têm usado o artifício para paralisar milhares de organizações norte-americanas, desencadeando uma série de crises cada vez mais importantes.
(Reportagem de Steve Holland, Andrea Shalal, Arshad Mohammed, Susan Heavey e Doina Chiacu em Washington; reportagem adicional de Gabrielle Tetrault-Farber em Moscou)