Por Simon Lewis
TEL AVIV (Reuters) - O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, reuniu-se com o presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, na Cisjordânia ocupada por Israel nesta quarta-feira, depois de pressionar os líderes de Israel a oferecer um caminho para um Estado palestino.
Blinken atravessou os postos de controle israelenses para chegar à capital palestina de fato, Ramallah, de acordo com os repórteres que viajaram com o principal diplomata dos EUA.
A visita ocorreu um dia após as conversas de terça-feira com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu gabinete de guerra sobre a guerra de Israel contra o Hamas, as tensões regionais e o futuro do conflito israelense-palestino.
Blinken discutiria com Abbas a responsabilidade da AP de se reformar e melhorar sua governança, disse ele em uma coletiva de imprensa na noite de terça-feira, refletindo a opinião de Washington de que Abbas, 88 anos, precisa reformular a organização em preparação para governar uma Gaza pós-guerra.
A AP, que exerce um autogoverno limitado em algumas áreas da Cisjordânia ocupada, continua sendo a melhor esperança para um governo palestino unificado de Gaza e da Cisjordânia.
Blinken veio a Israel depois de visitar os aliados árabes de Washington, que, segundo ele, querem relações mais próximas com Israel, mas somente se isso incluir um "caminho prático" para um Estado palestino.
As negociações intermediadas pelos EUA sobre um Estado palestino no território hoje ocupado por Israel fracassaram há quase uma década. Os líderes de direita da atual coalizão governista de Israel se opõem à criação de um Estado palestino.
Em sua coletiva de imprensa, Blinken se recusou a caracterizar como Netanyahu e seu gabinete responderam ao seu apelo sobre um Estado palestino. Ele disse que Israel teria que tomar "decisões difíceis, escolhas difíceis" para aproveitar a oportunidade oferecida pela integração regional.
"A violência extremista dos colonos realizada impunemente, a expansão dos assentamentos, as demolições, os despejos, tudo isso torna mais difícil, e não mais fácil, para Israel alcançar paz e segurança duradouras", disse ele, fazendo alusão ao conflito na Cisjordânia.