HAIA (Reuters) - O governo interino da Bolívia encaminhou o caso sobre os protestos e barricadas de apoiadores da aposição, no último mês de agosto, antes da eleição presidencial de outubro, à Corte Penal Internacional, afirmou o promotor do tribunal, em um comunicado.
"O Estado em questão solicita que o promotor inicie uma investigação sobre crimes contra a humanidade que teriam sido cometidos no território da Bolívia", disse o comunicado da promotoria.
Afirmou que o encaminhamento está relacionado aos protestos e barricadas de agosto realizados por partidos da oposição. O governo boliviano diz que as manifestações e bloqueios constituíram crime "intencional que causou grande sofrimento" à população civil porque as pessoas foram isoladas de serviços médicos e fornecimentos, resultando em várias mortes.
A tensão está alta antes da eleição presidencial do país em 18 de outubro, adiada por causa da pandemia de coronavírus.
Em agosto, partidários do ex-presidente Evo Morales exigiram uma votação antecipada por meio de protestos e barricadas, que o governo alega terem resultado em mortes, após oxigênio não ter conseguido ser transportado aos hospitais.
O gabinete do promotor não deu um cronograma para a decisão de abrir ou não uma investigação, primeiro passo para construir um caso no futuro. Sublinhou que o encaminhamento não leva automaticamente à abertura de uma investigação.
(Reportagem de Stephanie van den Berg)