Por Monica Machicao e Santiago Limachi
LA PAZ (Reuters) - A Bolívia luta contra incêndios florestais que devastaram 3 milhões de hectares de terra neste ano, com bombeiros e policiais usando mangueiras, sprinklers (aspersores) e, às vezes, até garrafas de água para tentar conter o avanço das chamas.
Os incêndios florestais, que ocorrem em um momento em que o vizinho Brasil luta contra temperaturas escaldantes e os seus próprios incêndios, levaram ao cancelamento de voos e ao fechamento de escolas devido ao ar tomado pela fumaça e aos ecossistemas devastados. Mais de uma dúzia de pessoas morreram.
"Tudo foi queimado: lavouras, vegetação, mudas, plantações de café, plantações de cítricos, plantações de banana. Ou seja, devastou tudo", disse Guillermo Medina, de Tumpasa, no norte da Bolívia.
"Não sobrou nada. Agora não temos mais nada. Estamos pedindo alimentos há dias, porque temos filhos e vivemos da agricultura."
O governo do presidente Luis Arce, de esquerda, fez um apelo por ajuda internacional, com bombeiros vindos da Venezuela para ajudar, assim como outros da França, Chile e Brasil.
Em San Buenaventura, ao norte de La Paz, a polícia usava botas de borracha e ponchos improvisados e, sem mangueiras, usava garrafas de água e alguns sprinklers para combater os incêndios florestais.
Especialistas disseram que os incêndios de 2023 foram os piores dos últimos anos, atrás dos incêndios generalizados de 2019. A Bolívia, que viu um aumento no desmatamento nos últimos anos, tem grandes áreas úmidas e uma grande parte da floresta amazônica da América do Sul.
(Reportagem de Monica Machicao, Santiago Limachi e Claudia Morales)