Desemprego no Brasil fica estável em 5,6% no tri até agosto e repete menor nível da série histórica

Publicado 30.09.2025, 09:02
Atualizado 30.09.2025, 09:42
© Reuters.

Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A taxa de desemprego no Brasil ficou estável no trimestre até agosto frente aos três meses encerrados em julho e interrompeu série de quatro quedas seguidas nesse tipo de comparação, mas permaneceu no nível mais baixo da série histórica do IBGE com o menor contingente de pessoas desocupadas, mostrando que o mercado de trabalho segue aquecido e resiliente.

Nos três meses até agosto, a taxa de desemprego permaneceu em 5,6%, repetindo a taxa de julho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.

O resultado mostra queda na comparação com os três meses imediatamente anteriores, até maio, quando foi de 6,2%. No mesmo período do ano anterior a taxa de desemprego havia sido de 6,6%.

A taxa, que segue no patamar mais baixo desde 2012, início da série histórica, ainda ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters.

O mercado de trabalho vem mostrando força e resiliência neste ano mesmo diante de uma desaceleração gradual da atividade econômica, o que mantém o Banco Central em alerta.

Neste mês, o BC decidiu manter a taxa básica de juros Selic em 15%, destacando que o ambiente incerto demanda cautela e que seguirá avaliando se manter os juros nesse patamar por período bastante prolongado será suficiente para levar a inflação à meta.

Se por um lado o mercado de trabalho forte com renda elevada ajuda a sustentar a economia, especialmente através do consumo das famílias, por outro dificulta o controle da inflação, com atenção especial à de serviços.

Nos três meses até agosto, o número de desempregados caiu 9,0% ante o trimestre até maio e atingiu 6,084 milhões de pessoas, o menor contingente da série, o que representa ainda queda de 14,6% sobre o mesmo período de 2024.

Já o total de ocupados aumentou 0,5% na comparação trimestral, com 102,418 milhões de empregados, uma alta de 1,8% em relação ao ano anterior.

Os trabalhadores com carteira assinada no setor privado registraram aumento de 0,4% nos três meses até agosto sobre o trimestre imediatamente anterior, atingindo um recorde de 39,118 milhões de pessoas. Os que não tinham carteira subiram 0,5%.

"O mercado de trabalho aquecido proporciona uma alteração do perfil das contratações, pois com menor disponibilidade relativa de mão de obra, as contratações somente acontecem com mais benefícios para os trabalhadores, como a carteira assinada por exemplo”, explicou o analista da pesquisa, William Kratochwill.

Segundo ele, a queda na desocupação passa pelo setor de educação pública.

"A educação pré-escolar e fundamental faz contratações ao longo do primeiro semestre. São trabalhadores sem carteira, com contratos de trabalho temporários", explicou ele.

Esse grupo faz parte dos trabalhadores sem carteira do setor público, que cresceu 5,5% em relação ao trimestre até maio e aumentou 0,8% frente ao trimestre até agosto de 2024.

No período, a renda média real chegou a R$3.488, de R$3.457 no trimestre até maio, uma alta de 0,9%.

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