MOGADÍSCIO (Reuters) - Um ataque suicida com um carro-bomba causou uma explosão no portão de um hotel de Mogadíscio onde representantes turcos se reuniam nesta quinta-feira, um dia antes da visita do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, à capital da Somália.
Pelo menos dois policiais foram mortos, mas nenhum dos delegados turcos ficou ferido no ataque, cuja autoria foi assumida pelos rebeldes islâmicos do grupo Al Shabaab, disseram autoridades.
Erdogan, que esteve na capital etíope, Adis-Abeba, na primeira etapa de sua viagem africana quando a explosão aconteceu, não pareceu abalado e disse que quem quer que tenha realizado o atentado não agia em nome do islamismo.
"Houve um ataque terrorista hoje na Somália. Para que esse ataque foi realizado? Se eles fizeram isso em nome do islã, não há nada assim no islã", afirmou ele na Universidade Adis-Abeba, onde recebeu um diploma honorário.
Falando no Fórum Econômico Mundial, o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, disse que uma investigação está em andamento para saber se a delegação turca foi o alvo deliberado da ação.
O Al Shabaab, que vem realizando atentados por todo o leste da África, incluindo um em 2013 que deixou 67 mortos num shopping center de Nairóbi, assumiu a autoria do ataque, mas não mencionou a delegação ou Erdogan.
"Atacamos o hotel e matamos vários dos policiais somalis que se reuniam ali", disse o porta-voz de operações militares do grupo, xeique Abdiasis Abu Musab, à Reuters.
Uma testemunha da Reuters viu dois policiais mortos caídos diante do portão destruído, e o que parecia ser o corpo mutilado do suicida.
(Reportagem de Abdi Sheikh e Feisal Omar)