Por William James
LONDRES (Reuters) - O primeiro-ministro britânico David Cameron afirmou neste sábado que deveria ter lidado melhor com o escrutínio sobre os impostos da sua família, tentando reafirmar sua liderança após dias de cobertura negativa da imprensa e pedidos de renúncia.
Após quatro dias e quatro comunicados diferentes sobre a inclusão do seu falecido pai no escândalo do "Panamá Papers", Cameron disse na quinta-feira que já teve ações da empresa offshore do seu pai e lucrou com elas.
"Bem, não tem sido uma ótima semana", disse Cameron, em uma reunião, em Londres, com membros do seu Partido Conservador. "Eu sei que deveria ter lidado melhor com isso, eu poderia ter lidado melhor com isso. Sei que há lições para serem aprendidas e vou aprendê-las".
Centenas de manifestantes de partidos rivais reuniram-se no lado de fora com cartazes pedindo sua renúncia, e Cameron afirmou que publicaria a informação usada para realizar seu imposto de renda anual, do passado e do presente, porque queria ser "completamente transparente sobre essas coisas".
O protesto, em que muitos cartazes diziam que "Cameron precisa ir embora", brevemente bloqueou a rua do prédio, com delegados sendo aconselhados a remover suas identificações antes de saírem.
A confissão sincera de Cameron, em que afirmou ter ficado irritado com a maneira como a mídia pintou o seu falecido pai, foi realizada depois de um período quente para o governo conservador.
Dividido sobre o referendo de 23 de junho sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, forçado a recuar em cortes de bem-estar social e criticado por não proteger a indústria do aço, Cameron buscou recuperar a unidade do partido antes das eleições regionais do próximo mês.
"Temos uma responsabilidade gigante nos próximos meses e nos próximos anos de resolver esse problema na Europa... de mostrar disciplina e unidade e propósito que são vitais para o governo", disse.