Por Joseph Nasr
BERLIM (Reuters) - Questionada repetidamente sobre como equilibrará a maternidade e o trabalho, a única mulher com chance de suceder Angela Merkel como chanceler da Alemanha diz que muitos conterrâneos não parecem prontos para ver uma mulher com filhos pequenos assumir o poder.
Merkel foi a primeira mulher chanceler do país, mas não teve filhos. Agora os Verdes acreditam que Annalena Baerbock, de 40 anos, enfrenta um estereótipo persistente com o qual a atual ocupante do cargo nunca teve que lidar: o de que mães deveriam cuidar de famílias, não de países.
Três meses antes de os alemães irem às urnas, a mídia questiona se uma mãe pode liderar o país com sucesso, desencadeando um debate acalorado sobre atitudes sexistas prevalentes.
Durante a campanha, Baerbock foi indagada com frequência sobre os filhos. Um editor do Bild, jornal de grande circulação, perguntou em uma entrevista: "Você é a chanceler e está no meio de negociações, e de repente recebe uma ligação dos filhos. Você atenderia? Seus filhos concordam que você queira ser chanceler?"
A apresentadora de um talk show de política popular, Anne Will, pressionou Baerbock para saber se ela conquistou a indicação dos Verdes para concorrer a chanceler por ser mulher, embora o apoio do partido tenha sido quase unânime.
Baerbock respondeu: "Não farei uma mudança de sexo nos próximos seis meses. É claro que a questão da emancipação desempenhou um papel, mas não foi a única razão."