LONDRES (Reuters) - Câmeras foram permitidas em um tribunal para um caso criminal na Inglaterra e País de Gales pela primeira vez nesta quinta-feira, quando a emissão de uma sentença de um homem condenado por homicídio culposo foi transmitida ao vivo pela televisão.
O governo diz que a medida, que foi prometida pela primeira vez há uma década, irá oferecer ao público um maior entendimento do processo judicial.
As filmagens serão limitadas às declarações do juiz no momento do anúncio da sentença, e apenas o juiz irá aparecer diante das câmeras, com um atraso de 10 segundos para transmissões ao vivo.
O primeiro caso televisionado, no tribunal criminal central de Old Bailey, em Londres, mostrou a juíza Sarah Munro determinar a prisão perpétua de Ben Oliver, com o tempo mínimo de pena de mais de 10 anos, após ele ter admitido em janeiro o assassinato de seu avô.
Atualmente, as audiências na Corte de Apelações de Londres e na Suprema Corte do Reino Unido podem ser televisionadas, e alguns processos na Escócia, que opera um sistema judiciário separado, foram transmitidos desde 1992.
Até esta quinta-feira, as câmeras eram estritamente proibidas em casos criminais na Inglaterra e no País de Gales, com as imagens de audiências restritas a desenhos criados por artistas, que precisam trabalhar posteriormente, já que os desenhos dentro das salas de tribunal continuam proibidos.
Os defensores das audiências de sentenças na televisão dizem que isso ajudará a mostrar ao público por que as decisões são tomadas, mas os críticos temem que ampliar isso ainda mais para permitir que os julgamentos sejam transmitidos possa levar a casos de sensacionalismo.
Alguns tribunais dos EUA permitem que as emissoras filmem os procedimentos, permitindo que o público assista a julgamentos criminais de alto nível, e outros países, como a França, estão considerando permitir que os casos sejam televisionados.
(Reportagem de Michael Holden)