PARIS (Reuters) - A atriz francesa Catherine Deneuve pediu desculpas a vítimas de abuso sexual que se sentiram ofendidas por uma coluna que ela assinou denunciando o "puritanismo" após o escândalo envolvendo o produtor de cinema Harvey Weinstein, mas manteve suas ressalvas sobre a campanha #MeToo.
A atriz e 99 outras mulheres francesas assinaram uma coluna no jornal Le Monde na última semana dizendo que a campanha, que fez com que milhões de mulheres usassem as redes sociais para compartilhar casos de abuso sexual, havia ido longe demais e que era alimentada por um "ódio aos homens".
Em carta publicada pelo jornal Libération nesta segunda-feira, Catherine Deneuve reiterou o posicionamento que desencadeou indignação internacional, mas se distanciou de comentários feitos por outras signatárias.
Mais especificamente, ela se referiu, sem identificá-la, a ex-apresentadora de rádio Brigitte Lahaie que, durante um debate televisivo, disse que mulheres podem "ter um orgasmo durante um estupro".
"Eu sou uma mulher livre e sempre serei", disse Catherine Deneuve. "Eu cumprimento fraternalmente todas as vítimas de atos odiosos que podem ter se sentido atacadas por essa coluna no Le Monde, e é a elas, e somente a elas, que eu ofereço minhas desculpas."
"Dizer em um canal de televisão que você pode ter um orgasmo durante um estupro é pior do que cuspir na cara de todos aqueles que já sofreram desse crime", disse.
Mas a atriz de 74 anos disse que não gosta do "linchamento midiático" e do "clima de censura" que, segundo ela, foi desencadeado pela campanha #MeToo, conhecida na França como #BalanceTonPorc (#DenuncieSeuPorco). OLBRENT Reuters Brazil Online Report Entertainment News 20180115T152415+0000 20180115T175201+0000