PEQUIM (Reuters) - O mundo deveria guiar e apoiar o Afeganistão durante sua transição de governo, em vez de pressioná-lo ainda mais, disse o conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, nesta quinta-feira, em uma conversa telefônica com o chanceler britânico, Dominic Raab.
A situação no Afeganistão, onde o Taliban retomou o poder 20 anos depois de ser deposto por uma invasão liderada pelos Estados Unidos, continua instável e incerta, disse Wang, segundo citações da chancelaria chinesa.
"A comunidade internacional deveria incentivá-lo e guiá-lo em uma direção positiva, ao invés de aplicar mais pressão", o que seria propício para estabilizar a situação, acrescentou Wang, de acordo com o comunicado do ministério sobre o telefonema.
A China não reconhece o Taliban oficialmente como novo governo, mas no mês passado Wang recebeu o mulá Baradar, chefe do escritório político do grupo, em Tianjin e disse que espera que o Taliban desempenhe um papel importante no processo de paz e de reconstrução do Afeganistão.
Na conversa com Raab, Wang também disse que a comunidade internacional não deveria usar o Afeganistão como um campo de batalha geopolítico, mas respeitar sua independência e a vontade de seu povo, disse a chancelaria.
A China objeta continuamente a críticas estrangeiras ao seu próprio sistema e normalmente rejeita pressão internacional sobre outros países, que vê como interferência.
(Redação Pequim)