Por Stephanie Nebehay
GENEBRA (Reuters) - A chefe de direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet, disse nesta terça-feira que chegou a um acordo com a China para uma visita, "prevista" para maio, e que abordou com Pequim as prisões de ativistas para apoiar sua liberdade de expressão.
A visita dela incluirá uma parada na remota região ocidental de Xinjiang, onde ativistas dizem que cerca de 1 milhão de uigures têm sido mantidos em detenção em massa, disse ela ao Conselho de Direitos Humanos.
A China rejeita as acusações de abuso, descrevendo os campos como centros vocacionais projetados para combater o extremismo e, no final de 2019, disse que todas as pessoas nos campos "se formaram".
Bachelet, falando por mensagem de vídeo no fórum de Genebra, não fez referência ao seu tão esperado relatório sobre supostos abusos contra os uigures. O gabinete de Bachelet começou a coletar evidências há 3 anos e meio e, em dezembro, seu porta-voz prometeu a liberação dentro de semanas.
Sua equipe avançada partiria em abril para preparar a visita - a primeira à China por um alto comissário da ONU para os Direitos Humanos desde Louise Arbor em 2005.
Chen Xu, embaixador da China na ONU em Genebra, afirmou ao fórum que a liberdade de expressão está totalmente protegida em seu país, mas acrescentou: "A liberdade de expressão nunca pode ser um pretexto para colocar alguém acima da lei".