Por Clare Jim e Sarah Wu
HONG KONG (Reuters) - O chefe da polícia de Hong Kong exortou as pessoas a protestarem pacificamente no domingo, quando organizadores esperam um grande comparecimento a uma marcha pró-democracia convocada para mostrar que o movimento mantém um ímpeto forte.
A polícia deu uma autorização rara à manifestação organizada pela Frente Civil de Direitos Humanos (CHRF), o grupo que convocou as marchas essencialmente pacíficas de milhões de pessoas no meio do ano.
"Esperamos que nossos cidadãos possam mostrar ao mundo todo que o povo de Hong Kong é capaz de realizar um ato de larga escala de maneira ordeira e pacífica", disse o comissário de polícia, Chris Tang, nesta sexta-feira, antes de partir para uma "visita de cortesia" a Pequim.
Tang deve se encontrar com autoridades de alto escalão do Ministério de Segurança Pública da China e voltar a Hong Kong horas antes do protesto de domingo.
A marcha será um termômetro do apoio ao movimento pró-democracia depois de sua vitória nas eleições locais no mês passado.
"Queremos dizer a Carrie Lam que os resultados eleitorais não são o fim do movimento", disse o vice-líder do CHRF, Eric Lai, referindo-se à executiva-chefe da cidade sob controle chinês.
A polícia disse que intervirá "imediatamente" se a marcha de domingo se tornar violenta.
Os tumultos de Hong Kong são o maior desafio popular ao presidente chinês, Xi Jinping, desde que este tomou posse em 2012.
Há seis meses a ex-colônia britânica vem sendo abalada por protestos pró-democracia, desencadeados por um projeto de lei já descartado que permitiria extradições à China e que se transformaram em clamores mais abrangentes por mais liberdades democráticas.