Por Stephanie van den Berg
HAIA (Reuters) - O ministro de Relações Exteriores do Chile, Roberto Ampuero, acusou, nesta terça-feira, o presidente da Bolívia, Evo Morales, de explorar a disputa de fronteira entre os dois países em um tribunal da Organização das Nações Unidas (ONU) para gerar apoio para sua reeleição.
A Bolívia e o Chile estão se enfrentando no Tribunal Internacional de Justiça neste mês em disputa sobre acesso ao Oceano Pacífico. Os dois políticos compareceram a audiências em Haia, na Holanda, onde fica localizada a corte.
A Bolívia iniciou o processo em 2013, visando forçar Santiago a negociar a concessão de um "acesso soberano" ao Oceano Pacífico, que perdeu quando o Chile tomou controle de seu território costeiro, incluindo o porto de Antofagasta (LON:ANTO), no final do século 19.
O mandato atual de Morales, seu terceiro, termina em 2019 e ele pretende concorrer a um quarto.
"O desenvolvimento de sentimentos antichilenos é um componente muito importante dessa campanha do presidente Morales", disse Ampuero em entrevista à Reuters.
"Seria muito melhor para as relações entre nossos países se a campanha de um candidato presidencial não interferisse com as relações internacionais", disse.
A Bolívia argumenta que, uma vez que o Chile tomou controle do território costeiro boliviano, o país rompeu com promessas e obrigações diplomáticas de acordo com a lei internacional, ao não negociar oficialmente a concessão de um acesso ao mar à Bolívia --mais provavelmente na forma de um corredor de terra e um porto sob controle do país.