Genebra, 21 mar (EFE).- A China desbancou o Japão em 2017 do segundo lugar em solicitações internacionais de patentes apresentadas através da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI), por isso que se aproxima dos Estados Unidos, o líder mundial, país que deve superar em três anos, segundo o relatório publicado nesta quarta-feira.
A análise publicada hoje pela OMPI afirma que foram, além disso, duas empresas tecnológicas da China as que apresentaram o maior número de solicitações internacionais de patentes em 2017: Huawei e ZTE Corporação, com 4.024 e 2.965, respectivamente, à frente da americana Intel (2.637).
O Japão teve um forte crescimento em 2017, ao passar de 45.209 solicitações em 2016 para 48.208 no ano passado.
No entanto, perdeu o segundo lugar para a China, que apresentou 48.882 solicitações (frente às 43.091 do ano anterior).
Alemanha e Coreia do Sul ocuparam o quarto e quinto lugar, com 18.982 e 15.763 solicitações, respectivamente.
Na América Latina, o Brasil apresentou 593 solicitações, 4,6% a mais; o México 269, 6,9% a menos; o Chile 168, 14,7% a menos; e a Colômbia 142, a 42% mais, segundo os dados facilitados pela OMPI.
Entre os 15 principais países de origem, a China é o único país que registrou um crescimento anual de dois dígitos (13,4%).
A OMPI calcula que a China, se seguir a tendência atual, ultrapassará os EUA (56.624 solicitações em 2017) em um prazo de três anos e se tornará o principal país de origem das pedidos apresentados através do Tratado de Cooperação em matéria de Patentes (PCT).
"Esse rápido aumento na China do uso do sistema internacional de patentes evidencia que os inovadores olham cada vez mais ao exterior, tentando divulgar as suas ideias originais em novos mercados à medida que a economia chinesa segue com sua rápida transformação", disse o diretor-geral da OMPI, Francis Gurry.
"Esta circunstância faz parte de uma mudança de maiores proporções na geografia da inovação, pois atualmente a metade (49,1%) das solicitações internacionais de patentes procede da Ásia Oriental", indicou.
A Europa (24,9%) e a América do Norte (24,2%) registravam uma quarta parte cada uma.
No total, o ano passado os inventores de todo o mundo apresentaram 243.500 solicitações internacionais de patente, 4,5% a mais que no ano anterior.
Entre as universidades, a da Califórnia (EUA) foi o maior usuário do Sistema do PCT em 2017, ao ter publicadas 482 solicitações, ampliando a posição de liderança que mantinha desde 1993.
O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (278) ocupou o segundo lugar, seguido da Universidade de Harvard (179), ambos nos EUA.
Por temáticas de solicitações, a tecnologia informática (8,6% do total) superou a comunicação digital (8,2%), os aparelhos eletrônicos (6,8%) e a tecnologia médica (6,7%).
Entre as dez tecnologias principais, o transporte (11,8%), a tecnologia informática (11,4%) e a biotecnologia (9,6%) foram os campos com maior índice de crescimento em 2017.
Quanto às solicitações internacionais de registro de marca, conhecido como Sistema de Madri, estas aumentaram 5%, chegando ao total de 56,2 mil pedidos.
Neste segmento os solicitantes residentes nos EUA (7.884) apresentaram o maior número de pedidos, seguidos da Alemanha (7.316) e da China (5.230).
A L' Oréal (a França) liderou a lista de solicitantes principais, seguida de Richter Gedeon (Hungria) e da ADP Gauselmann (Alemanha).
A informática e a eletrônica foi a classe mais especificada nas solicitações, pois representou 9,8% do total, seguida dos serviços para empresas (7,9%) e serviços tecnológicos (6,2%).
Por último, o número de desenhos industriais contidos nas solicitações em 2017 através do Sistema da Haia aumentou 3,8% até 19.429, mas os 5.213 pedidos totais registrados representavam 6,3% a menos que em 2016.
Os solicitantes na Alemanha (4.261) seguem sendo liderando este trecho, seguidos dos da Suíça (2.935) e da Coreia do Sul (1.742).
Dois gigantes eletrônicos da Coreia do Sul Samsung Electronics (762 desenhos e modelos) e LG electronics (668), ocuparam o primeiro e segundo lugar, respectivamente, e o Fonkel Meubelmarketing (Países Baixos, 490) caiu do primeiro posto ao terceiro.