Por Ben Blanchard e Jeff Mason
PEQUIM/WASHINGTON (Reuters) - A China e os Estados Unidos concordaram em continuar conversando sobre sua disputa comercial, disse o governo chinês nesta terça-feira, depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, ter afirmado achar que as discussões recentes em Pequim terão sucesso.
As declarações ligeiramente mais otimistas foram feitas depois que ambos os lados intensificaram sua guerra comercial, com a China anunciando detalhes de novas tarifas contra importações dos EUA na segunda-feira, após a decisão dos EUA na semana passada de tarifar importações chinesas.
O gabinete do representante de Comércio dos EUA disse que planeja realizar uma audiência pública no próximo mês sobre a possibilidade de adotar tarifas de até 25% em mais 300 bilhões de dólares em importações da China.
A perspectiva de a economia global ser afetada por uma disputa mais acirrada entre EUA e China preocupou os investidores e levou a uma forte venda generalizada nos mercados acionários na última semana.
"Meu entendimento é de que a China e os EUA concordaram em continuar buscando discussões relevantes. Quanto à maneira, acho que isso depende de mais consultas entre ambos os lados", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Geng Shuang, sem dar mais detalhes.
Mas a China não será intimidada, acrescentou ele.
"Esperamos que os EUA não julguem mal a situação e não subestimem a determinação da China em proteger seus interesses."
Fontes disseram que as negociações entraram em colapso depois de a China ter tentado retirar compromissos de um esboço de acordo sobre mudanças em suas leis para permitir novas políticas em questões como proteção da propriedade intelectual e transferências forçadas de tecnologia.
Geng disse que a China mostrou sinceridade ao enviar uma delegação de alto nível aos EUA para discussões na semana passada, e que a China permanece calma diante da pressão.