LA PAZ (Reuters) - As chuvas intensas que caíram nos últimos dias na região amazônica da Bolívia ajudaram a apagar os incêndios florestais que arderam durante ao menos dois meses e queimaram mais de 4 milhões de hectares, informaram as autoridades nesta segunda-feira.
A melhoria das condições climáticas se somou aos esforços de contenção dos militares do país para extinguir os últimos incêndios em Chiquitania, que abriga grandes extensões de bosques secos e povos indígenas que vivem ali há centenas de anos.
"Nosso satélite não registra focos de queimada nem incêndios reativados", disse Cinthia Asin, secretária de Meio Ambiente do governo de Santa Cruz, região do leste boliviano onde na sexta-feira milhares de pessoas protestaram contra o que consideram uma reação lenta do governo frente aos incêndios.
O Serviço Nacional de Meteorologia e Hidrologia confirmou à Reuters que não se registrou nenhum foco de calor em Chiquitani, mas advertiu que nos próximos dias se esperam céus pouco nublados e temperaturas altas e que por isso existe risco de incêndios nas terras baixas do país.
O comandante das Forças Armadas, Williams Kaliman, disse que não há nenhuma ordem do presidente Evo Morales para retirar os cerca de 5 mil militares que se encontram nas zonas afetadas pelo fogo.
Os incêndios florestais da Bolívia são os maiores em ao menos duas décadas e provocaram críticas duras contra o governo e seu ímpeto para aumentar a produção de soja e carne para aproveitar a demanda da China.
O governo informou que até o momento desembolsou mais de 20 milhões de dólares para combater o fogo com as maiores aeronaves do mundo, como o Boeing 747 Supertanker, o Ilyushin Il-76 e o Chinook, além de gastos com combustível e equipamento para soldados e bombeiros, entre outros. (Por Daniel Ramos)