BRUXELAS (Reuters) - O cineasta inglês Ken Loach acusou o primeiro-ministro da Bélgica nesta quinta-feira de ignorar "brechas flagrantes da lei internacional" por Israel em uma discussão sobre suposto antissemitismo e o antigo apoio do cineasta a palestinos.
Falando após ser premiado como doutor honorário em uma das principais universidades da Bélgica, Loach disse que ele estava chocado que o premiê Charles Michel havia escolhido criticar a instituição por dar a ele o prêmio.
"Agora, ele é um advogado, o Sr. Michel... Eu me pergunto se ele questionou sobre as brechas da lei internacional cometidas por Israel? Se ele perguntou sobre a ocupação ilegal das terras palestinas?", disse Loach, o diretor de 81 anos de "I, Daniel Blake", vencedor da Palma de Ouro de 2016.
Michel, de 42 anos, estudou Direito na Universidade Livre de Bruxelas e a criticou na quarta-feira por planejar premiar Loach como doutor honorário. Loach nega as acusações de que seu apoio a palestinos seja antissemita.
Em um discurso na quarta-feira na Grande Sinagoga de Bruxelas para marcar o 70º aniversário da fundação de Israel, Michel disse: "Nenhuma acomodação com o antissemitismo pode ser tolerada, qualquer que seja essa forma. E isso também vale para a minha própria alma mater".
Em nota divulgada nesta quinta-feira, o Congresso Judeu Europeu pediu que a universidade revogue sua decisão de honrar Loach, dizendo que ele havia "constantemente prejudicado esforços para combater antissemitismo no Reino Unido".
(Por Natalie Rice)