SYDNEY (Reuters) - Os coalas do Estado australiano de Nova Gales do Sul (NSW) podem entrar em extinção até 2050, a menos que o governo intervenha imediatamente para proteger o mamífero e seu habitat, de acordo com um relatório parlamentar após investigação durante um ano.
A limpeza de terras para agricultura, desenvolvimento urbano, mineração e silvicultura foi o maior fator na fragmentação e perda de habitat para os animais em NSW, o Estado mais populoso do país, ao longo de várias décadas.
Uma temporada prolongada de incêndios provocados pela seca, que terminou no início deste ano, também foi devastadora para os animais, destruindo cerca de um quarto de seu habitat em todo o Estado e, em algumas partes, até 81%.
"As evidências não poderiam ser mais fortes", informou o relatório final de 311 páginas da pesquisa nesta terça-feira.
"A única maneira para que os netos de nossos filhos vejam um coala na natureza em NSW será se o governo agir de acordo com as recomendações do comitê."
O relatório, encomendado por um comitê parlamentar multipartidário, faz 42 recomendações, incluindo um censo urgente, priorizar a proteção do animal no planejamento do desenvolvimento urbano e aumentar o financiamento para a conservação.
Stuart Blanch, gerente de restauração de terras do World Wide Fund for Nature (WWF) na Austrália, pediu ao governo que respeite as recomendações e fortaleça as proteções para o habitat dos animais.
Uma porta-voz de Gladys Berejiklian, premiê do Estado, disse que o governo avaliará o relatório e responderá "no devido tempo", acrescentando que já havia comprometido cerca de 30 milhões de dólares em uma estratégia para proteger os animais.
(Reportagem de Paulina Duran e Cordelia Hsu em Sydney)