O presidente da França, Emmanuel Macron, foi acusado de abuso de poder por integrantes da coalização Nova Frente Popular. A acusação surgiu depois de ele rejeitar na 2ª feira (26.ago.2024) a nomeação de Lucie Castets para o cargo de primeira-ministra do país.
O partido França Insubmissa, que faz parte da Nova Frente Popular, divulgou um comunicado repudiado a decisão do presidente.
“O Presidente da República acaba de tomar uma decisão excepcionalmente grave. Não reconhece o resultado do sufrágio universal que colocou a Nova Frente Popular na liderança das votações“, declarou. “Qualquer proposta para primeira-ministra que não seja Lucie Castets será objeto de uma moção de censura“.
A Constituição francesa permite ao presidente nomear o primeiro-ministro, prerrogativa utilizada por Macron ao recusar Castets. O presidente justificou a decisão como uma medida para manter a “estabilidade institucional” em um parlamento dividido.
Lucie Castets acusou Macron de desrespeitar o processo eleitoral do país. “Emmanuel Macron diz-nos que as eleições não valem nada. Então a democracia não significa nada aos olhos do Presidente? É extremamente perigoso“, disse ela no X (ex-Twitter).
Manuel Bompard, coordenador nacional do França Insubmissa, convocou protestos contra o presidente. “Em 7 de Setembro, vamos reunir-nos em toda a França para recusar o golpe de Estado de Macron“, disse Manuel Bompard.
O presidente francês anunciou uma nova rodada de consultas com líderes políticos. Ele ainda pediu aos líderes de esquerda que buscassem cooperação com partidos fora de sua própria coalizão.