RICHMOND, EUA (Reuters) - O primeiro combatente do Taliban da guerra do Afeganistão a ser julgado em uma corte federal dos Estados Unidos se recusou a prestar testemunho em sua própria defesa nesta quinta-feira, perto do fim do caso que estabelecerá precedentes na Justiça do país.
Advogados de defesa do líder taliban Irek Hamidullin e promotores concluíram seus argumentos no julgamento da Corte Distrital dos EUA, iniciado em 30 de julho.
Hamidullin, um ex-oficial de tanque de guerra soviético, é acusado de coordenar um ataque em novembro de 2009 contra uma base de fronteira da polícia afegã. Ele enfrenta 15 acusações, que vão de apoio ao terrorismo até alegações de uso de armas de fogo.
A única testemunha da defesa disse que o relacionamento entre forças de segurança afegãs e militares dos EUA era frequentemente ruim.
O juiz Henry Hudson dispensou uma moção da defesa para descartar as acusações, dizendo que havia provas suficientes para que o júri tomasse suas próprias decisões.
Mas Hudson reconheceu a complexidade do caso em comentários feitos após sua decisão. "Estamos escrevendo em uma folha em branco", disse ele.
Segundo o juiz, 60 por cento das questões inclusas nas acusações contra Hamidullin não tinham precedentes em casos da lei. O réu pode pegar prisão perpétua se condenado em todas as acusações.
(Por Gary Robertson)