Por MacDonald Dzirutwe e Joe Brock
HARARE (Reuters) - A polícia do Zimbábue disse que três pessoas morreram em Harare nesta quarta-feira, quando soldados dispersaram manifestantes que entraram em confronto com a polícia depois que o principal líder de oposição acusou o partido governista de tentar manipular o resultado das eleições do país.
A mobilização de soldados e o espancamento de manifestantes desarmados representam um revés nos esforços do presidente Emmerson Mnangagwa de tirar o status de pária do Zimbábue após décadas de repressão sob Robert Mugabe, que foi deposto em novembro.
Mesmo antes da violência, observadores da União Europeia questionaram a condução da eleição presidencial e parlamentar, a primeira desde a renúncia forçada de Mugabe, depois de quase 40 anos no comando da nação do sul da África.
A comissão eleitoral do Zimbábue informou que começaria a anunciar os resultados da corrida presidencial nesta quarta-feira, mas adiou os planos por pelo menos 24 horas. Monitores da UE disseram que o atraso estava prejudicando a credibilidade da votação.
A porta-voz da polícia Charity Charamba disse à emissora estatal Zimbabwe Broadcasting Corporation (ZBC) que as três pessoas mortas nos confrontos ainda não haviam sido identificadas.
Um tiroteio começou quando as tropas, apoiadas por veículos blindados e um helicóptero militar, tiraram das ruas os manifestantes da oposição.
A agitação teve início logo depois que Nelson Chamisa, do Movimento pela Mudança Democrática, disse no Twitter que venceu o "voto popular".
Depois de queimar pneus nas ruas, muitos dos seus apoiadores atacaram a polícia perto da sede da Comissão Eleitoral do Zimbábue. Os agentes responderam com gás lacrimogêneo e canhão de água.
"Eu estava fazendo um protesto pacífico. Fui espancado por soldados", disse Norest Kemvo, que tinha cortes no rosto e na mão direita. "Este é o nosso governo. É exatamente por isso que queríamos mudar. Eles estão roubando nossa eleição."