Por Edmund Blair e Goran Tomasevic
BUJUMBURA (Reuters) - Batalhas de rua e tiroteios irromperam novamente na capital do Burundi nesta quinta-feira, quando manifestantes contrários ao presidente Pierre Nkurunziza rejeitaram seus pedidos de calma, num país do leste africano com uma longa história de guerra civil e genocídio.
Soldados e policiais dispararam tiros de advertência para o alto e lançaram gás lacrimogêneo ao enfrentar dezenas de jovens jogando pedras e armando barricadas com objetos queimados nas ruas, disseram testemunhas da Reuters. Um homem foi baleado na perna pela polícia, segundo seus amigos. Outro homem, atingido na cabeça por uma bala, estava à beira da morte, de acordo com um fotógrafo da Reuters.
Mais de 20 pessoas foram mortas em quase um mês de distúrbios que incluíram um golpe fracassado. A pressão nas ruas para impedir Nkurunziza de buscar um terceiro mandato pode reabrir as velhas feridas entre hutus e tutsis, os principais grupos étnicos do Burundi.
Em um discurso na televisão estatal na noite de quarta-feira, Nkurunziza salientou a necessidade de unidade nacional, dizendo que o passado sangrento do Burundi -com uma guerra civil que só terminou em 2005, após a morte de 300.000 pessoas- não pode ser ignorado.