Por John Davison e Aref Mohammed
BAGDÁ (Reuters) - Confrontos entre a polícia e manifestantes deixaram cinco mortos em Bagdá neste sábado, numa retomada de manifestações contra o governo, enquanto centenas de homens das forças de segurança foram mobilizados para afastar os protestos das praças centrais da capital iraquiana.
A polícia e fontes médicas confirmaram as vítimas após dias de violência nos protestos contra o governo, em que ao menos 81 pessoas já morreram em Bagdá e em outras cidades, nesta semana.
O semioficial Alto Comissariado para os Direitos Humanos do Iraque diz que o número de mortos chega a 94. A Reuters não pôde verificar o número.
Novos confrontos agitaram um dia relativamente calmo até então, depois de as autoridades terem suspendido um toque de recolher e o tráfego ter voltado a circular normalmente no centro da cidade. Uma praça onde os manifestantes haviam se reunido antes foi tomada por centenas de policiais e membros de outras forças de segurança.
A tensão é a mais fatal vista no Iraque desde que foi declarada a derrota do Estado Islâmico, em 2017, e tem abalado o primeiro ano de governo do primeiro-ministro Adel Abdul Mahdi. O governo tem respondido com promessas vagas de reformas, improváveis de convencer os iraquianos.
No leste de Bagdá, atiradores da polícia alvejaram manifestantes e diversas pessoas ficaram feridas, segundo repórteres da Reuters.
Na cidade de Nassiryia, no sul do país, onde ao menos 18 pessoas morreram nesta semana, a polícia atirou contra os manifestantes, que atearam fogo às sedes de diversos partidos políticos na cidade, segundo a polícia. Entre os quais, estaria o escritório do poderoso partido Dawa, que controlou o governo iraquiano de 2003 até as eleições de 2018.
(Por John Davison, Ahmed Rasheed, Aref Mohammed, Maher Nazih)