EDIMBURGO (Reuters) - Quase metade dos eleitores escoceses não quer outro referendo sobre a independência do Reino Unido, e o tema parece estar angariando apoio para os conservadores em uma eleição marcada para junho, de acordo com uma pesquisa do instituto YouGov publicada no jornal The Times nesta sexta-feira.
A pesquisa também mostrou que o Partido Conservador da primeira-ministra britânica, Theresa May, deve conquistar mais cadeiras na Escócia na próxima eleição do que nas últimas décadas, chegando a oito assentos graças ao sete que deve tirar do Partido Nacional Escocês (SNP, na sigla em inglês) da premiê escocesa, Nicola Sturgeon.
O levantamento também revelou um recuo nos índices de aprovação da própria Sturgeon, que comanda o governo escocês autônomo.
Ela vem argumentando que o referendo de independência é necessário porque seus compatriotas votaram a favor da permanência do Reino Unido na União Europeia em junho e agora são obrigados a lidar com o processo de desfiliação, o chamado Brexit.
Mas 49 por cento dos escoceses são contra a convocação de uma consulta entre o outono local de 2018 e a primavera de 2019 --o cronograma proposto pela premiê. Cerca de 37 por cento apoiam esse cronograma, e 14 por cento o rejeitam.
A YouGov mostrou que os conservadores estão ganhando ímpeto, já que estão se tornando o partido preferido daqueles que defendem um Reino Unido ao invés da independência escocesa.
Mesmo assim o SNP de Sturgeon deve se manter facilmente como o maior partido representante da Escócia, com 49 das 59 cadeiras designadas ao país no Parlamento nacional britânico de 650 assentos.
Mas a sondagem feita com 1.017 pessoas entre 24 e 27 de abril também indicou que o líder do SNP em Westminster, Angus Robertson, irá perder sua vaga na região escocesa de Moray pela primeira vez desde 2001.
(Por Elisabeth O'Leary e James Davey)