Por Sangmi Cha
SEUL (Reuters) - A Coreia do Norte rejeitou entregas programadas da vacina da AstraZeneca (LON:AZN) (SA:A1ZN34) contra a Covid-19 que estavam sendo organizadas pelo programa Covax devido a preocupações com seus efeitos colaterais, afirmou uma entidade sul-coreana nesta sexta-feira.
O Covax havia dito que enviaria quase 2 milhões de doses de vacinas da AstraZeneca à Coreia do Norte. O primeiro lote deveria chegar em maio, mas foi atrasado em meio a longas consultas, afirmou a Coreia do Sul mês passado.
A Coreia do Norte não divulgou nenhum caso de Covid-19, uma posição que é questionada por autoridades da Coreia do Sul e dos Estados Unidos. O país recluso, no entanto, impôs rígidas medidas contra o vírus, incluindo o fechamento de fronteiras e restrições a viagens internas.
Segundo o relatório do Instituto para Estratégia de Segurança Nacional (INSS, sigla em inglês), afiliado à agência de espionagem da Coreia do Sul, Pyongyang agora está considerando outras opções de vacina.
A Aliança Global por Vacinas e Imunização, uma das organizações que co-lidera o Covax, não respondeu imediatamente ao pedido da Reuters por comentários.
O relatório do Instituto também disse que a Coreia do Norte não está propensa a aceitar vacinas chinesas por preocupações de que não são tão eficientes, mas demonstrou interesse nas doses produzidas na Rússia e espera que elas sejam doadas sem custos.
"Está pendendo a favor da vacina russa, mas ainda não fez nenhum acordo", disse Lee Sang-keun, diretor de pesquisa estratégica na península da Coreia no Instituto, à Reuters, citando fontes anônimas.
Na quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse que Moscou havia oferecido vacinas a Pyongyang em várias ocasiões.
Lee acrescentou que autoridades norte-coreanas ficaram preocupadas com a vacina da AstraZeneca, após relatos de raros, mas sérios casos de coágulos de sangue em pessoas que a haviam recebido.
Embora a Coreia do Norte permita que seus diplomatas em outros países recebam doses de vacinas contra Covid-19 desde o fim de março, o país não está tentando comprar vacinas para uso interno, disse o Instituto.
(Por Sangmi Cha)