😎 Promoção de meio de ano - Até 50% de desconto em ações selecionadas por IA no InvestingProGARANTA JÁ SUA OFERTA

Decreto da época de FHC abriu porta para corrupção na Petrobras, diz Cunha

Publicado 12.03.2015, 14:49
© Reuters. Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) depõe na CPI da Petrobras

BRASÍLIA (Reuters) - Em depoimento à CPI da Petrobras, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quinta-feira que decreto editado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso permitiu a instituição de esquema de corrupção na estatal.

Segundo Cunha, o decreto que modificou a lei de licitações na empresa foi o "fato motivador" que resultou na formação de cartel e de irregularidades em contratos da estatal.

"No meu ponto de vista pessoal, a razão do esquema de corrupção na Petrobras se deu pela mudança da regra de licitações", afirmou.

"Foi exclusivamente por decreto da Presidência da República, não foi na Presidência atual, foi ainda na época do governo de Fernando Henrique", disse o presidente à CPI, acrescentando que o conceito da mudança visava dar agilidade para que a Petrobras pudesse competir internacionalmente.

"(O decreto) foi a porta aberta para que se permitisse instalar uma possível lista de privilegiadas na execução de obras e serviços na Petrobras", acrescentou.

A CPI, assim como a Justiça, apuram a existência de esquema de corrupção na Petrobras envolvendo pagamento de propina em contratos de três diretorias, em benefício de políticos e partidos.

Cunha, assim como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), figura em lista de 49 pessoas  --47 deles políticos, com ou sem mandato--, que passaram a ser investigadas a partir de autorização do STF após pedido de abertura de inquérito do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na última semana, para apurar suposto envolvimento em esquema.

Cunha aproveitou seu depoimento para questionar o que considera uma condução política do caso pelo procurador-geral, afirmando que sua inclusão na lista ocorreu de foma "irresponsável e leviana".

O presidente da Câmara sugeriu ainda que o Legislativo mude as regras para vedar a possibilidade de recondução ao cargo de procurador-geral. Atualmente, o procurador-geral depende do poder Executivo para condução à sua reeleição.

"Caberia a nós, até, mudarmos a legislação para vedar a recondução. Para dar isenção. Para ele, no exercício de sua função, não ter que agradar a quem quer que seja. Seja quem vai reconduzi-lo ou seja quem aprová-lo na Casa competente."

Embora o clima na CPI fosse de elogios a Cunha --tanto de oposicionistas quanto de governistas --, alguns, como a deputada Maria do Rosário (PT-RS) discordou e disse não acreditar em politização dos atos do procurador.

© Reuters. Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) depõe na CPI da Petrobras

Já o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), em coro com os que teciam elogios a Cunha, apresentou requerimento, qua ainda precisa ser votado, pedindo a quebra dos sigilos telefônicos de Janot e do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Cunha, por sua vez, afirmou que não colocaria seus sigilos à disposição para não fazer "bravata" ou "constranger" outros investigados, que poderiam sentir-se na obrigação de fazer o mesmo. Ressaltou, no entanto, que sua declaração fiscal já é pública e que se a CPI assim entender, poderá quebrar os sigilos.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello) 2015-03-12T174837Z_1006930001_LYNXMPEB2B0WD_RTROPTP_1_MANCHETES-POLITICA-CUNHA-FHC-DECRETO.JPG

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.