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Desesperados por notícias, moradores de Gaza enfrentam dificuldades com rede móvel

Publicado 02.02.2024, 11:57
Atualizado 02.02.2024, 12:00
© Reuters. Palestinos tentam comunicação com familiares em Rafah, sul de Gaza
 1/2/2024    REUTERS/Mohammed Salem

Por Mohammad Salem

RAFAH, Faixa de Gaza (Reuters) - Hamzeh Tabash caminha todos os dias da sua barraca em Gaza até a fronteira egípcia em busca de um sinal de celular fraco, para que possa enviar mensagens de voz aos entes queridos separados pela guerra e, com sorte, receber uma em troca.

"Uma mensagem reanima a alma", diz ele.

A maioria dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza fugiu de suas casas sob os intensos bombardeios e ataques terrestres de Israel, espalhando-se em cidades onde a única notícia que tem sobre seus entes queridos depende de uma rede telefônica em frangalhos.

Com a rede de telecomunicações local quase totalmente fora de operação, especialmente no norte e no centro do enclave palestino, muitas pessoas tentam se conectar à rede egípcia ficando ao longo da fronteira.

"Mãe, como está? Espero que esteja bem. As coisas estão bem aqui. Eu queria tranquilizá-la. Não se preocupe", disse Tabash, gravando uma breve mensagem de voz e segurando seu telefone no ar para tentar transmiti-la.

A família é de Khan Younis, mas se separou quando Israel começou a concentrar sua ofensiva na cidade, a maior do enclave, com Tabash indo para Rafah e sua mãe ficando na casa da família.

Os combates e a destruição em Khan Younis têm sido intensos nos últimos dias e as pessoas que ainda têm família lá estão aterrorizadas com sua segurança.

No local onde Tabash estava, em um ponto alto junto à primeira cerca de arame farpado da fronteira com o Egito, um grupo de outras pessoas estava sentado na areia, digitando mensagens, andando em círculos enquanto conversavam ou segurando seus telefones no ar para tentar obter sinal.

As barracas brancas dos desabrigados se estendiam abaixo deles em direção a Rafah e também ao enclave devastado.

A ofensiva de Israel em Gaza foi desencadeada por um ataque do Hamas em 7 de outubro, quando o grupo militante invadiu a fronteira, matando 1.200 pessoas em cidades israelenses e arrastando 240 reféns para Gaza.

O ataque israelense à Faixa de Gaza, administrada pelo Hamas, já matou mais de 27.000 pessoas, de acordo com as autoridades de saúde do local, e destruiu grande parte das moradias e instalações públicas, expulsando 85% da população de suas casas.

A rede telefônica de Gaza, administrada pelo provedor local Paltel, relatou mais de 10 colapsos totais no fornecimento de serviços desde 7 de outubro, sendo o mais recente no final de janeiro, o que atribuiu à ofensiva de Israel. Mesmo quando sua rede está funcionando parcialmente, tem dificuldades para manter o serviço em muitas áreas por causa dos combates, segundo a empresa.

FALHA NA COMUNICAÇÃO

Sentada junto à cerca da fronteira, com a ansiedade estampada em seu rosto, Mariam Odeh disse que também foi separada de parte da família que ficou em Khan Younis.

"Queremos nos comunicar com nossos parentes, tranquilizá-los e dizer-lhes que ainda estamos vivos. O que posso dizer? Eu choro por essa situação que estamos enfrentando", disse ela.

"Todos os dias vamos até a fronteira egípcia para ligar para nossos parentes, porque quando eles ligam não há serviço, mesmo em Rafah. Quando eles nos ligam, não conseguem se conectar", afirmou ela.

"Ligamos para eles a fim de tranquilizá-los sobre nós, que estamos vivos. Que não fomos martirizados como os outros."

© Reuters. Palestinos tentam comunicação com familiares em Rafah, sul de Gaza
 1/2/2024    REUTERS/Mohammed Salem

Próximo dali, Ahmed Abu Daka estava digitando uma mensagem em seu telefone. Ele havia percorrido um longo caminho desde sua barraca, passando pela areia e chegando à elevação onde era possível acessar a conexão de rede egípcia.

"A Internet é muito fraca. Às vezes, você espera horas para enviar apenas uma mensagem", disse ele.

"Eu espero por um longo tempo, aguardando uma mensagem de familiares presos no Hospital Nasser, para ser tranquilizado a respeito deles", completou.

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