BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta segunda-feira uma atuação coordenada entre Brasil e Rússia em organismos internacionais, sobretudo os econômicos, após reunião bilateral com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Segundo Dilma, os dois países discutiram a perspectiva de conclusão de acordos para a criação de um banco de desenvolvimento e um fundo de reservas emergenciais durante a 6ª Cúpula dos Brics, que ocorre a partir desta segunda-feira em Fortaleza.
"Nossos países estão entre os maiores do mundo e não podem se contentar em pleno século 21 com dependências de qualquer espécie", afirmou Dilma, em declaração à imprensa após a reunião com Putin.
"Reiteramos ser essencial a atuação coordenada de nossos países na agenda do G20... O mesmo ocorre no que tange à ação ativa de Brasil e Rússia em todas as instituições", disse a presidente, defendendo ainda a necessidade de tornar o Fundo Monetário Internacional (FMI) um mecanismo "realmente multilateral e democrático".
Entre os acordos assinados entre Rússia e Brasil nesta segunda-feira, há um plano de ações para elevar o patamar de comércio bilateral entre os dois países, focado em áreas como agronegócio, energia, inovação e alta tecnologia, aeronáutica, indústria farmacêutica e turismo.
A presidente aproveitou a ocasião para cumprimentar a Rússia sobre a posição que vem mantendo com relação ao conflito na Síria, onde uma guerra civil de três anos já matou mais de 150 mil pessoas.
O governo russo tem se mantido contrário a sanções ocidentais contra a Síria e teve participação importante nas negociações para a entrega do arsenal sírio de armas químicas.
"Nessa ordem multipolar é necessário adotar como prioridade a resolução consensual e pacífica de conflitos. Cumprimentamos as posições russas a respeito da questão da Síria", disse Dilma.
O Brasil sedia em Fortaleza a partir desta segunda-feira a reunião de cúpula de chefes de Estado e de governo do Brics, grupo formado por Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul.
(Reportagem de Silvio Cascione e Leonardo Goy)