ZURIQUE (Reuters) - O governo suíço pediu aos eleitores nesta sexta-feira para que rejeitem uma campanha que defende que todo mundo tenha uma renda mínima garantida, não importando o quanto cada um tenha trabalhado, dizendo que o esquema poderia custar demais e minar a sociedade.
Simpatizantes da proposta, que vai à votação em junho sob o sistema de democracia direta suíça, afirmam que a medida promoveria a dignidade humana e os serviços públicos num momento em que a automatização coloca empregos cada vez mais sob risco.
Daniel Haeni, dono de um café na Basileia, e os seus aliados na iniciativa propõem que o próspero país de 8,3 milhões de pessoas pague a cada adulto 2.500 francos suíços, o equivalente a 2.619 dólares, por mês. Menores de 18 anos receberiam 625 francos.
Isso substituiria em parte ou no total o que as pessoas já ganham ou recebem em benefícios sociais.
Outros países, entre eles a Finlândia, estão examinando um plano na mesma linha, o qual os ativistas suíços – que chamaram a atenção para a ideia distribuindo notas de dez francos – reconhecem que não deve sair vitorioso, pelo menos nesse estágio.
O governo suíço declarou reconhecer o objetivo abrangente, mas que essa proposta em particular custaria uma quantia estimada em 208 bilhões de francos suíços por ano, enfraquecendo de forma significativa a economia e desencorajando as pessoas, especialmente os que ganham menos, de trabalhar.
Muito do custo poderia ser coberto pelos pagamentos existentes de seguridade social, mas cortes gastos e aumento de impostos teriam que compensar ainda uma diferença de 25 bilhões, disse o governo num comunicado.
(Reportagem de Michael Shields)