Por Alexandra Ulmer e Andreina Aponte
CARACAS (Reuters) - Um diplomata sênior representando a Venezuela nas Organização da Nações Unidas, em Nova York, rompeu com o presidente Nicolás Maduro devido a abusos durante protestos antigoverno, abrindo outra rachadura no impopular governo de esquerda.
Isaias Medina apareceu em um vídeo circulando nesta quinta-feira dizendo que está deixando a missão na ONU para “lutar contra a impunidade” na Venezuela, que sofre com uma brutal crise econômica e quase quatro meses de protestos nas ruas.
“Gostaria de pedir para este governo parar os assassinatos, parar a violação dos direitos humanos, para reconsiderar e refletir sobre sua posição e pensar sobre a importância do país como um todo”, disse Medina, que parecia estar falando no vídeo na sede de ONU, em Nova York.
“Eles (o governo) podem fazer o que querem, mas saibam disto: o que estou fazendo é a coisa correta a ser feita, e assumo total responsabilidade por isto.”
A Reuters não conseguiu entrar em contato com Medina, que serviu como ministro conselheiro, até a publicação desta reportagem.
O embaixador da Venezuela na ONU, Rafael Ramírez, disse que Medina agiu de maneira “desonesta” e que foi demitido.
“Eu rejeito forte e categoricamente as declarações e posição tomadas pela ex-funcionário de nossa missão”, disse Ramírez, ex-chefe da companhia petroleira da Venezuela, em publicação no Twitter.