Por Andy Sullivan
WASHINGTON (Reuters) - Diplomatas dos Estados Unidos irão ao Capitólio nesta semana para prestar depoimentos a portas fechadas, enquanto os democratas trabalham em seu caso de impeachment contra o presidente Donald Trump e a Casa Branca analisa maneiras de desacelerar o processo.
Os interrogatórios podem dar mais munição para o inquérito de impeachment dos democratas, motivado pelas alegações de um delator segundo o qual Trump condicionou 400 milhões de dólares de ajuda a uma promessa do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, de investigar seu rival político Joe Biden e o filho dele, Hunter, que integrou o conselho de uma empresa de gás ucraniana.
Trump negou qualquer irregularidade e atacou o inquérito.
Entre os que devem depor estão Gordon Sondland, embaixador dos EUA para a União Europeia que teria se envolvido nos esforços para induzir a Ucrânia a iniciar as investigações, e Masha Yovanovitch, que foi retirada abruptamente de seu posto de embaixadora norte-americana na Ucrânia em maio depois que apoiadores de Trump questionaram sua lealdade ao presidente.
A Casa Branca pode dizer formalmente à presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, ainda nesta segunda-feira, que ignorará as exigências de documentos feitas pelos parlamentares até a Câmara, de maioria democrata, realizar uma votação no plenário para aprovar oficialmente o inquérito de impeachment.
Pelosi diz que uma votação não é necessária, mas os democratas afirmam que prevaleceriam se uma fosse realizada, ainda que se acredite que muito poucos republicanos se alinhariam à maioria democrata. O Congresso volta a trabalhar em 15 de outubro após um recesso de duas semanas.
A investigação de impeachment pode levar à aprovação de acusações formais da Câmara contra Trump.
Um julgamento para decidir se ele será afastado ou não do cargo aconteceria em seguida no Senado sob controle republicano, mas até agora poucos dos governistas romperam com Trump por este ter pedido à Ucrânia e à China para iniciarem investigações sobre Biden, ex-vice-presidente e franco favorito para a indicação do democrata que enfrentará Trump na eleição presidencial de 2020.
No domingo, advogados disseram que um segundo delator se apresentou para comprovar uma queixa feita em agosto por um funcionário não identificado do governo dos EUA que desencadeou a investigação.
(Reportagem adicional de Steve Holland)