Por Arshad Mohammed e James Mackenzie
CABUL (Reuters) - O Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, fez neste sábado uma viagem não anunciada ao Afeganistão para mostrar apoio ao governo e também como uma tentativa para desarmar a crise política alimentada em parte por um acordo de unidade nacional intermediada por ele em 2014.
A visita é realizada em um momento difícil para o Afeganistão, com o governo do presidente Ashraf Ghani enfraquecido pelos conflitos internos entre rivais políticos, a economia afundando e o ressurgimento do Talibã ainda mais forte desde que foi derrubado do poder, no final de 2001.
Ao anunciar a visita, porta-voz do Departamento de Estado EUA, John Kirby, informou que Kerry iria "enfatizar o apoio dos EUA" ao governo e suas forças de segurança, que autoridades da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) afirmam ter total controle de menos de 70 por cento do Afeganistão.
Ao mesmo tempo, no início do 2017, as forças norte-americanas no Afeganistão deverão ser reduzidas dos atuais 9.800 à quase metade, para 5.500, com o novo comandante no Afeganistão, o general John Nicholson, que está conduzindo uma revisão de segurança antes de fazer suas recomendações a Washington previstas para junho.
Kerry irá encontrar Ghani, vencedor da eleição disputada no Afeganistão em 2014, e o primeiro-ministro afegão, Abdullah Abdullah.
O acordo político intermediado por Kerry sugere a partilha de poder com término previsto para setembro de 2016, o que tem alimentado manobras políticas em Cabul. Um movimento de oposição próximo ao ex-presidente Hamid Karzai anda fazendo pressão para ter voz sobre o caminho a ser seguido.