Por Jeff Mason
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um alerta sobre a crescente intolerância religiosa, numa crítica velada ao candidato republicano Donald Trump, durante evento na noite de quarta-feira para homenagear homens e mulheres que ajudaram a salvar judeus do Holocausto.
Obama fez os comentários na embaixada de Israel, onde compareceu a uma cerimônia para homenagear, postumamente, dois norte-americanos e dois poloneses que protegeram judeus perseguidos por nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. O evento foi organizado no Dia Internacional de Lembrança do Holocausto.
As declarações de Obama, na primeira vez em que um presidente dos EUA em exercício discursou dentro da embaixada israelense, foram também um sinal de distensão entre Obama e o governo do premiê de Israel, Benjamin Netanyahu.
O evento teve como anfitrião o embaixador israelense Ron Dermer, que ajudou a orquestrar o discurso proferido por Netanyahu no Congresso norte-americano no ano passado, no qual o premiê criticou o então iminente acordo nuclear com o Irã. O discurso irritou a Casa Branca. Dermer agradeceu a Obama pelo sinal de amizade demonstrado por ele ao comparecer à cerimônia nesta quarta.
O presidente se mostrou também claramente incomodado pela retórica usada por Trump. O bilionário empresário, líder nas pesquisas para se tornar o candidato republicano na eleição presidencial de 8 de novembro, disse que os EUA deveriam proibir temporariamente a entrada de muçulmanos no país, por medida de segurança.
"Um ataque contra qualquer fé é um ataque contra todas as fés", disse Obama.
"No caso dos norte-americanos, em particular, devemos entender que isso é um ataque contra nossa diversidade, contra a própria ideia de que as pessoas de diferentes origens podem conviver e prosperar juntas", acrescentou.
(Reportagem de Jeff Mason)