Nova aposta de Buffett dispara dois dígitos; como antecipar esse movimentos?
Por Nandita Bose e Tim (BVMF:TIMS3) Reid
DEARBORN (Reuters) - O apoio do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, à guerra de Israel contra o Hamas em Gaza será testado nesta terça-feira em Michigan, lar de um grande constituinte árabe-americano e onde eleitores democratas são incentivados a marcarem as cédulas das primárias com votos "descomprometidos", em protesto.
Biden e o ex-presidente republicano Donald Trump devem vencer com facilidade as primárias de seus partidos no Estado nesta terça-feira. Mas a quantidade de votos de ambos está sendo observada de perto para a identificação de possíveis sinais de hesitação de apoio a ambos dentro dos seus partidos.
Eleitores compareceram a uma zona eleitoral na manhã desta terça-feira em uma escola primária de Dearborn, cidade progressista epicentro da reação contra a estratégia de Biden com Israel. Dos sete eleitores entrevistados pela Reuters antes das 11h, horário local, seis disseram que depositariam votos "descomprometidos" e um afirmou que votaria em Trump.
Muitas pessoas da grande comunidade árabe-americana de Michigan que apoiaram Biden em 2020 agora estão indignados, assim como alguns democratas progressistas, com o que afirmam ser o apoio inabalável de Biden à ofensiva de Israel em Gaza na qual dezenas de milhares de palestinos foram mortos.
"O apoio cego dos EUA a Israel é simplesmente inaceitável. Apenas me preocupa que Biden não entenda isso", disse um eleitor descomprometido de Dearborn, Saijad, médico de 42 anos que preferiu não fornecer seu nome completo.
O democrata Biden e o republicano Trump buscam fortes resultados em Michigan, um Estado que deve ter um papel decisivo no confronto direto da eleição presidencial de 5 de novembro. Biden venceu Trump em Michigan por 2,8 pontos percentuais na eleição de 2020.
No final da segunda-feira, Biden disse que Israel tinha concordado em suspender as atividades militares em Gaza durante o mês sagrado muçulmano do Ramadã, que deverá ter início na noite de 10 de março, enquanto o Hamas estudava proposta de trégua que inclui uma troca de prisioneiros e reféns.
Para o estudante da Wayne State University Michael Bristol, de 21 anos, que também disse ter votado como "descomprometido", isso deveria ter ocorrido mais cedo.
"Sei e compreendo que Biden não pode estalar os dedos e fazer com que tudo fique bem, mas uma mensagem mais forte de cessar-fogo teria funcionado", disse ele.
No geral, 61% dos democratas apoiam a maneira como Biden tem lidado com o conflito entre Israel e o Hamas, apontou uma pesquisa da Harvard-Harris em fevereiro.
DUELO DE DISPUTAS REPUBLICANAS
O comparecimento em Michigan para a adversária de Trump, Nikki Haley, que obteve quase 40% dos votos republicanos em seu Estado natal da Carolina do Sul no último sábado, pode dar uma mostra do tamanho da parcela de republicanos que tem dúvidas sobre um segundo mandato de Trump.
O Partido Republicano de Michigan alocará os delegados deste ano para a convenção do partido em julho com base tanto nas primárias de terça-feira, abertas a todos os eleitores, quanto em um caucus (assembleia de eleitores) marcado para o sábado, no qual membros ativos do partido escolhem o indicado.
Tomado pelo caos de facções em conflito, o Partido Republicano de Michigan realizará caucuses concorrentes no sábado. Trump deve vencer com facilidade as primárias e os caucuses. Pesquisas de opinião indicam que ele tem uma vantagem média de quase 57 pontos percentuais sobre Haley no Estado, segundo o site de monitoramento de pesquisas FiveThirtyEight.
Ainda assim, os resultados em Michigan serão observados para mensurar se Trump terá dificuldades para atrair uma grande quantidade de moderados e republicanos tradicionais, eleitores dos quais ele provavelmente irá precisar para recuperar a Casa Branca em novembro.
Trump derrotou Haley em todas as disputas pela indicação republicana até agora, mas Haley foi bem entre eleitores moderados, expondo uma possível vulnerabilidade para Trump na eleição geral.
(Reportagem de Nandita Bose, em Detroit, Tim Reid, em Washington; Reportagem adicional de Katharine Jackson e Susan Heavey)