Por Elizabeth Piper e Andrew MacAskill
LONDRES (Reuters) - A ministra de desenvolvimento internacional do Reino Unido, Priti Patel, foi forçada a deixar o cargo nesta quarta-feira por encontros não divulgados com autoridades israelenses após a primeira-ministra Theresa May procurar reafirmar sua autoridade enfraquecida conforme negocia a saída britânica da União Europeia.
Patel, uma defensora do Brexit que é popular no governista Partido Conservador, teve que abandonar uma viagem à África anteriormente nesta quarta-feira após ser convocada por May para responder perguntas sobre encontros não sancionados que violaram protocolo diplomático.
Após um encontro organizado às pressas não muito depois de Patel desembarcar em Londres, o gabinete de May divulgou a carta de renúncia da ministra, na qual Patel disse que sua conduta em Israel havia sido “abaixo dos altos padrões” exigidos para seu cargo.
“Embora minhas ações tivessem as melhores das intenções, minhas ações também foram abaixo dos padrões de transparência e franqueza que eu tenho promovido e defendido”, escreveu Patel na carta a May.
“Eu peço grandes desculpas a vocês e ao governo pelo que aconteceu e ofereço minha renúncia.”
May respondeu em carta, dizendo: “Agora que mais detalhes vieram à luz, é correto que você tenha decidido renunciar e aderir aos altos padrões de transparência e franqueza que você defendeu”.
Não estava claro quem irá substituir Patel, que realizou encontros durante férias em Israel anteriormente neste ano.
Sob protocolo britânico, um secretário do gabinete normalmente organizaria encontros através do Ministério das Relações Exteriores e seria acompanhado de autoridades, e visitas com israelenses normalmente seriam equilibradas com encontros com palestinos.
Esta é a segunda renúncia na equipe principal de May em uma semana, destacando sua fraqueza em um momento que enfrenta a complicada tarefa de desemaranhar mais de 40 anos de laços com a União Europeia e manter junto um partido profundamente dividido.