Por William James e Andrew MacAskill
LONDRES (Reuters) - O embaixador chinês no Reino Unido foi proibido de comparecer a um evento no Parlamento britânico porque no início deste ano Pequim impôs sanções a parlamentares que ressaltaram supostos abusos dos direitos humanos em Xinjiang.
A China impôs as sanções a nove políticos, advogados e um acadêmico britânico em março por espalharem o que disse serem "mentiras e desinformação" sobre o tratamento de uigures muçulmanos no extremo oeste do país.
Lindsay Hoyle, presidente da Câmara dos Comuns, e John McFall, presidente da Câmara dos Lordes, intervieram para impedir que Zheng Zeguang discursasse em um evento no Parlamento.
"Realizo reuniões frequentes com embaixadores de todo o mundo para estabelecer laços duradouros entre países e parlamentares", disse Hoyle.
"Mas não sinto que é adequado o embaixador da China comparecer às dependências (da Câmara) dos Comuns e em nosso ambiente de trabalho quando seu país impõe sanções contra alguns de nossos membros."
Um porta-voz da embaixada chinesa criticou a medida.
"A ação desprezível e covarde de certos indivíduos do Parlamento do Reino Unido para obstruir os intercâmbios normais e a cooperação entre a China e o Reino Unido para ganhos políticos pessoais é contra os desejos e prejudicial aos interesses dos povos de ambos os países", disse um comunicado chinês.
Hoyle disse que não estava banindo o representante chinês permanentemente, mas somente enquanto as sanções vigorarem.
Richard Graham, presidente de um grupo parlamentar sobre a China, enviou um convite a Zeguang durante o verão, segundo o jornal Daily Telegraph. Graham não respondeu a um pedido de comentário e o grupo parlamentar não quis comentar.