Por Alexandra Ulmer e Marianna Parraga
CARACAS (Reuters) - O ex-czar do petróleo da Venezuela Rafael Ramírez afirmou nesta terça-feira que renunciou ao cargo de embaixador na Organização das Nações Unidas por ordem do presidente, num sinal de rupturas crescentes no Partido Socialista, que sob o comando do falecido líder Hugo Chávez era firmemente unido.
Fontes disseram à Reuters na semana passada que o presidente Nicolás Maduro demitiu Ramírez, que teria ambições presidenciais, e convocou-o de volta a Caracas.
Vários aliados próximos de Ramírez, e também um parente, foram presos na Venezuela nas últimas semanas como parte de um expurgo no setor de petróleo em relação a acusações de corrupção, provocando dúvidas sobre se Ramírez ousaria retornar a Caracas.
Ramírez não discutiu seus próximos movimentos em uma carta de renúncia, mas uma fonte próxima a ele disse à Reuters na terça-feira que ele deixou os Estados Unidos.
Em sua carta de quatro páginas publicada no Twitter, Ramírez disse que renunciou na segunda-feira depois de receber ordens para fazê-lo.
"Eu fui removido por minhas opiniões", disse Ramírez.
"Ao me atacar pessoalmente, você está afetando a unidade das forças revolucionárias e o legado do comandante Chávez", acrescentou ele na carta dirigida ao ministro das Relações Exteriores, Jorge Arreaza.
A saída do cargo na ONU representa uma queda notável para Ramírez, que liderou a companhia estatal de petróleo PDVSA e o Ministério do Petróleo por uma década e foi um dos confidentes mais próximos de Chávez. Em 2014, Maduro rebaixou Ramírez e o nomeou para a ONU.
Uma rivalidade prolongada entre os dois aumentou nas últimas semanas, disseram analistas, especialmente depois que Ramírez escreveu artigos online criticando a condução da economia por Maduro.
O governo disse que indicou Samuel Moncada, ex-ministro da Relações Exteriores, como novo embaixador na ONU.