Por Roberta Rampton e Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - Nikki Haley anunciou nesta terça-feira que está renunciando ao cargo de embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), mas a estrela republicana em ascensão negou imediatamente que está se preparando para desafiar o presidente Donald Trump na eleição presidencial de 2020.
Sentada ao lado de Trump no Salão Oval, Nikki disse que seus 18 meses na ONU foram "o orgulho de toda uma vida" e que continuará até o final do ano.
Ex-governadora da Carolina do Sul e filha de imigrantes indianos, ela é a mulher mais proeminente do gabinete de Trump e muitas vezes é vista como uma possível candidata presidencial.
Mas ela disse em sua carta de demissão a Trump que "com certeza não será candidata a nenhum cargo em 2020" e que apoiará sua reeleição. Ela disse aos repórteres no Salão Oval nesta terça-feira: "Não, não concorrerei em 2020".
Nikki declarou não ter planos para o futuro e não apresentou uma razão para renunciar, mas Trump disse que seis meses atrás ela lhe disse que estava pensando em sair no final do ano "para tirar algum tempo de folga".
A ascensão rápida de Nikki, do legislativo de um Estado do sul norte-americano para a arena mundial, leva a crer que a republicana de 46 anos tem ambições políticas maiores.
Descrevendo seu período na ONU como "fantástico" e "incrível", Trump a elogiou efusivamente. Ele aceitou sua renúncia e disse que escolherá seu sucessor dentro de duas a três semanas.
Nikki foi a garota-propaganda da política "A América Primeiro" de Trump na ONU, liderando o rompimento dos EUA com vários programas da entidade e defendendo ardorosamente suas diretrizes linha-dura contra o Irã e a Coreia do Norte em reação aos programas nucleares de ambos.
Mas algumas vezes ela também se distanciou de seu chefe.
Nikki foi cogitada como uma possível colega de chapa republicana nas duas últimas eleições presidenciais, e ela também pode se tornar senadora se Lindsey Graham, seu correligionário da Carolina do Sul, ocupar um posto no governo Trump, como se especulou muitas vezes.
Convertida ao cristianismo quando tinha cerca de 20 anos depois de se criada como sikh, Nikki é popular entre conservadores religiosos no sul do país.
Seu status de candidata em potencial para um cargo nacional ganhou força em 2015, quando ela ordenou que a bandeira dos Confederados fosse retirada das dependências da legislatura estadual da Carolina do Sul depois que um supremacista branco matou nove fiéis negros a tiros em uma igreja.
Nikki também aplaudiu as mulheres que vieram a público denunciar casos de abuso ou má conduta sexual de homens e disse que deveriam ser ouvidas, mesmo que estivessem acusando Trump.
(Reportagem adicional de Doina Chiacu, Makini Brice, Susan Heavey, Patricia Zengerle e Lisa Lambert em Washington e Michelle Nichols nas Nações Unidas)