Por Phil Stewart
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos finalizaram a retirada de militares do nordeste da Síria, estabelecendo uma presença mais estável de cerca de 600 soldados no restante do país após readequarem e reduzirem suas forças no local, informou o secretário de Defesa norte-americano, Mark Esper, à Reuters.
Os comentários feitos por Esper podem sinalizar o fim de um período de turbulência e incerteza a respeito da presença militar dos EUA na Síria, depois da ordem de retirada inicial do presidente Donald Trump em outubro.
Desde então, o nível das tropas na Síria diminuiu cerca de 40% e ficou em cerca de 1 mil efetivos.
Esper enfatizou que preserva a capacidade de enviar ou retirar números pequenos de forças na Síria segundo o necessário, mas insinuou que a quantidade de tropas flutuará em torno de 600 no futuro previsível.
"Ficará relativamente estático em torno desse número. Mas se virmos coisas acontecendo... posso aumentar um pouco", disse Esper na noite de quarta-feira durante um voo de volta da cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) nos arredores de Londres.
O secretário tampouco descartou que é capaz de diminuir os níveis das tropas em solo sírio ainda mais se aliados europeus contribuírem com a missão no país.
"A coalizão voltou a conversar muito. Poderíamos ver alguns aliados quererem oferecer tropas", disse Esper, sem dar a entender que qualquer contribuição nova é iminente.
"Se um país aliado, um país da Otan, decidisse nos dar 50 pessoas, eu poderia mandar 50 pessoas de volta".
Os militares norte-americanos dizem estar concentrados em impedir o ressurgimento do Estado Islâmico na Síria e no mês passado realizaram uma operação que levou à morte do líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi.
Em Londres, Trump disse querer que as forças remanescentes dos EUA impeçam que as reservas de petróleo voltem às mãos do grupo militante.
"Mantivemos o petróleo. E o petróleo é o que abastecia o Isis", disse Trump usando uma sigla do Estado Islâmico.
Trump suavizou seus planos de retirada da Síria devido à reação negativa do Congresso, inclusive entre republicanos destacados que dizem que ele abriu caminho para uma incursão que a Turquia ameaçou durante muito tempo contra forças curdas na Síria que foram as principais aliadas dos EUA no combate ao Estado Islâmico.