Por Pablo Rodero
MADRI (Reuters) - A Espanha enviou de volta ao Marrocos nesta quinta-feira 116 imigrantes que se lançaram contra a cerca da fronteira de seu enclave de Ceuta, no norte da África, um dia antes, informou o porta-voz do Ministério do Interior espanhol.
Centenas tentaram escalar a divisa altamente fortificada na quarta-feira, e 118 entraram em solo espanhol. Alguns deles atiraram uma substância corrosiva que provocou queimaduras em sete policiais.
A polícia identificou todo o grupo e lhe concedeu ajuda legal e médica antes de iniciar o processo de expulsão, que os imigrantes aceitaram, disse o porta-voz, acrescentando que dois poderão ficar por serem menores de idade.
Mais tarde o porta-voz ainda disse que todos os imigrantes foram informados de que têm direito de pedir asilo na Espanha, mas nenhum aceitou a oferta de iniciar o processo.
A Anistia Internacional criticou a abordagem, dizendo em um comunicado: "Devido à velocidade com a qual é realizada, é difícil garantir acesso a um procedimento personalizado com garantias plenas".
A entidade disse que, no curto período disponível, é difícil oferecer uma boa assistência legal e intérpretes e identificar adequadamente possíveis postulantes a asilo.
Imagens da rede local Faro TV mostraram homens sendo escoltados pela polícia espanhola e autoridades de uniforme verde até um ônibus que depois cruzou a fronteira de volta para o Marrocos.
Cinco do grupo se feriram ao saltar a cerca, que é coberta por arame farpado. Nas imagens desta quinta-feira era possível ver dois deles mancando visivelmente e outro andando com muletas.
Mais de 3.800 imigrantes cruzaram para territórios espanhóis do lado marroquino da divisa até agora neste ano, de acordo com a agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU).