Por Angus Berwick
MADRI (Reuters) - Vinte e cinco líderes catalães serão julgados por rebelião, fraude e desobediência ao Estado, decidiu a Suprema Corte da Espanha nesta sexta-feira, em uma dura escalada nas ações judiciais contra separatistas da região espanhola.
Marta Rovira, uma das líderes que pode ser condenada a até 25 anos de prisão, disse mais cedo que já deixou a Espanha, se juntando a outros seis políticos vivendo em exílio.
A decisão intensificou os esforços de Madri para conter separatistas na Catalunha, onde um referendo considerado ilegal levou a uma declaração de independência no ano passado.
O caso será observado de perto por grupos separatistas da Europa e em outros continentes. Grupos de direitos humanos já criticaram a dimensão da repressão de Madri -- embora a União Europeia, preocupada com qualquer fragmentação de seus Estados- membros, tenha apoiado firmemente a resposta do governo espanhol.
A Catalunha tem estado em um limbo político desde que o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, assumiu o controle do governo regional, depois que a região declarou independência do restante do país após o referendo de outubro do ano passado.
O juiz da Suprema Corte Pablo Llarena disse nesta sexta-feira que 13 líderes, incluindo Rovira e o ex-presidente da Catalunha Carles Puigdemont, que já está em exílio em Bruxelas, serão julgados por rebelião.
Outros 12 líderes serão julgados por fraude ou desobediência ao Estado devido ao papel que desempenharam na realização do referendo ou da declaração de independência.
Puigdemont e colegas separatistas negam qualquer irregularidade, dizendo que o referendo os deu autoridade para declarar independência da Espanha.
(Reportagem adicional de Julien Toyer e Blanca Rodríguez)