DUBAI (Reuters) - O grupo militante Estado Islâmico, que controla faixas dos territórios de Síria e Iraque, publicou nesta terça-feira um vídeo na Internet em que parece mostrar dois prisioneiros japoneses, exigindo 200 milhões de dólares do governo japonês para salvar as vidas de ambos.
Um indivíduo em pé em uma área deserta, vestido de negro e segurando uma faca, ao lado de dois homens ajoelhados e vestidos em roupas laranjas, disse que o público japonês tinha 72 horas para pressionar seu governo a interromper seu "tolo" apoio à coalizão liderada pelos EUA que conduz uma campanha militar contra o Estado Islâmico.
O militante, que falava em inglês, exigiu "200 milhões", sem especificar a moeda, mas uma legenda em árabe identificava a divisa como dólares. O vídeo identificava os homens como Haruna Yukawa e Kenji Goto.
O vídeo não possuía data, mas em uma visita ao Cairo no último sábado, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, prometeu cerca de 200 milhões de dólares em assistência não militar para os países que combatem o Estado Islâmico.
Abe se encontrava em Jerusalém nesta terça-feira, como parte de uma turnê pela região.
Em Tóquio, o chanceler japonês disse estar verificando o vídeo para saber se a gravação era genuína e disse que, caso fosse, "tal ameaça por meio da tomada de prisioneiros é inaceitável e estamos extremamente ofendidos".
Goto é um repórter freelance. Ele escreveu livros sobre Aids e crianças em zonas de guerra do Afeganistão à África, e reportou para redes de notícias no Japão.
Goto se encontrou com Yukawa no ano passado e o ajudou a viajar para o Iraque em junho, disse ele à Reuters em agosto.
O vídeo tinha o mesmo aspecto de outros divulgados por veículos do Estado Islâmico, em que prisioneiros são ameaçados ou mortos.
(Reportagem de William Maclean, em Dubai, Sylvia Westall, em Beirute, e Teppei Kasai, em Tóquio) OLBRWORLD Reuters Brazil Online Report World News 20150120T100340+0000