TRÍPOLI (Reuters) - Militantes alegando lealdade ao Estado Islâmico afirmaram em um comunicado que são os responsáveis pelos ataques deste domingo à residência do embaixador iraniano na capital da Líbia e pelos foguetes lançados contra o aeroporto de Labraq.
O ataque à residência do embaixador aconteceu dois dias depois que o grupo assumiu a responsabilidade pelo duplo atentado suicida que matou mais de 40 pessoas na cidade oriental de Qubbah, um dos piores ataques contra civis desde uma revolta em 2011 para derrubar Muammar Gaddafi.
Potências ocidentais estão preocupadas com o surgimento da Líbia como um campo de batalha para militantes leais ao Estado Islâmico, que controla grandes áreas do Iraque e da Síria. Combatentes islâmicos têm explorado a instabilidade enquanto os dois governos rivais lutam pelo controle do território.
O grupo tem intensificado os ataques desde que o Egito lançou ataques aéreos contra supostos alvos militantes na cidade líbia de Derna, na segunda-feira, um dia depois que islamistas divulgaram um vídeo mostrando a execução de um grupo de cristãos coptas egípcios.
Neste domingo, duas bombas explodiram no portão da residência do embaixador iraniano no centro de Trípoli. A agência estatal iraniana IRNA confirmou as explosões e disse que não houve vítimas, acrescentando que o Irã já suspendeu as atividades no local.
"Dois dispositivos foram lançados, um explodiu primeiro que o outro. O objetivo da segunda bomba era causar confusão", afirmou o coronel Jumaa al-Mashri, da Agência de Segurança Nacional, à Al-Nabaa TV, baseada em Trípoli.
Um repórter da Reuters presente no local viu o segundo dispositivo explodir cerca de 30 minutos depois do primeiro. Pequenos danos podiam ser vistos no portão.
"Soldados do califado do Estado Islâmico miraram na embaixada iraniana em Trípoli", afirmou o grupo em um comunicado divulgado com imagens de uma chama no Twitter.
Os militantes também assumiram a responsabilidade pelo ataque com foguete Grad ao aeroporto de Labraq, anunciado por autoridades no sábado. Ninguém ficou ferido.
O aeroporto é a principal porta de entrada para o leste da Líbia e Bayda, sede do primeiro-ministro reconhecido internacionalmente, Adullah al-Thinni.