Por Estelle Shirbon
LONDRES (Reuters) - A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, ganhou nesta quarta-feira uma estátua de cera que projeta um ar de força profundamente ausente de seu governo mergulhado em crises.
A figura de May, que aparece saindo da residência oficial no número 10 de Downing Street vestindo um terno vermelho e sapatos de pele de leopardo com saltinho, foi revelada pelo Madame Tussauds, museu que é uma das maiores atrações turísticas de Londres.
A verdadeira May, enquanto isso, sofre com diversas crises simultâneas, vários ministros de seu gabinete envolvidos em escândalos, uma guerra aberta em seu partido a respeito de como concretizar a separação britânica da União Europeia e um debate persistente sobre sua capacidade de exercer o cargo.
"Embora suas políticas possam ser questionadas, garantimos que nossa figura de cera da primeira-ministra certamente é forte e estável", disse Edward Fuller, gerente-geral do Madame Tussauds, fazendo graça com o slogan de campanha de uma eleição que se voltou contra May.
Apresentando-se como o pilar de "uma liderança forte e estável", May convocou uma eleição antecipada em junho esperando vencer com folga, mas sua campanha não conseguiu inspirar o eleitorado e, ao invés disso, ela perdeu sua maioria parlamentar.
Desde então seu governo dividido vem se arrastando de uma crise para outra, e a humilhação da premiê culminou em um discurso feito em uma conferência partidária durante o qual um humorista lhe entregou uma carta de demissão de mentira e letras de um slogan às suas costas se soltaram.
Nada desta sensação de caos e desorientação fez parte da cena apresentada pelo Madame Tussauds, que mostra uma May sorridente segurando uma pasta negra e saindo pela famosa porta negra de Downing Street.
O terno vermelho da figura de cera é o mesmo que ela usou em uma visita à Casa Branca durante a qual May e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, seguraram as mãos – uma das imagens mais amplamente divulgadas de seu mandato como premiê.
A verdadeira May também o vestiu na noite da votação de junho, uma ocasião infeliz na qual subiu a um palco para comemorar a vitória em seu reduto eleitoral ao mesmo tempo em que o fracasso em escala nacional se tornava claro.
A May de cera ficará no museu muito próxima das figuras de outros líderes mundiais, como o próprio Trump e a chanceler alemã, Angela Merkel.
(Por Estelle Shirbon)